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Modelagem do comportamento de falar a verdade em sessões

Falar a verdade e mentir são comportamentos passíveis de serem reforçados, punidos, extintos e de passar por processos de discriminação, assim como muitos outros comportamentos. O presente artigo relatará o caso clínico de um menino de 8 anos, que frequentemente emitia relatos incompatíveis com a realidade. Os pais do cliente foram orientados a diminuir a atenção contingente a relatos mentirosos e a valorizar relatos verdadeiros. Nas sessões de terapia, as intervenções tiveram como objetivos: 1) Auxiliar na discriminação das variáveis ambientais que aumentavam a probabilidade de mentir; 2) Reduzir a atenção social contingente a relatos fantasiosos; 3) Valorizar relatos verdadeiros; 4) Discriminar sentimentos gerados pela deflagração de uma mentira; 5) Auxiliar na discriminação entre fantasia e realidade; 6) Admitir que contou mentiras e 7) Substituir relatos fantasiosos por relatos precisos. Observou-se que a frequência de relatos verdadeiros aumentou, diminuindo a ocorrência de mentiras. O cliente passou a descrever verbalmente que suas mentiras eram controladas por reconhecimento social e passou a falar que “gostaria de” ter ou saber fazer algo, ao invés de mentir. Acredita-se também que as intervenções realizadas possam facilitar a expressão de sentimentos e preocupações (considerando que a emissão de mentiras funcione como esquiva) e que possam favorecer a ocorrência de relações sociais mais íntimas e duradouras.

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